quinta-feira, 31 de maio de 2012

A Idade Média e os temas medievais são usados até hoje em histórias reais ou fantásticas que chegaram até nós. Assim, os contos de fada, com suas princesas, castelos, dragões e reis, são geralmente ambientadas na Idade Média. Ainda ouvimos falar também da bravura dos cavaleiros das Cruzadas, que atravessaram o Oriente Médio e a Europa para lutar contra os infiéis. Muitos rituais católicos têm origem medieval.
Enfim, a Idade Média é uma fonte de histórias infantis, de lendas, filmes, jogos e videogames. Mas ela se compôs fundamentalmente de fatos reais.
Por isso, devemos separar a realidade da imaginação. As pessoas, hoje em dia, têm uma visão idealizada desse passado, que foi recriado no imaginário da humanidade durante os últimos séculos. Por exemplo, muitos contos de fada foram escritos por autores românticos do século 19, tendo como base histórias do folclore que eram contadas por diversos povos ao longo dos séculos.
Desse modo, os autores românticos inventaram um passado medieval cercado de ricos castelos e belas princesas. Isso estava dentro de um ideal artístico, que, no entanto, estava longe de espelhar a realidade da maioria da população que vivia naquele período.

Idade "média" por quê?

Mas o que devemos entender, afinal de contas, quando dizemos "Idade Média"? Esse termo refere-se a uma divisão do tempo que engloba praticamente 1.000 anos de história do continente europeu. Essa classificação para o período - "Média" - foi uma forma de os homens dos séculos 14 e 15, dos reinos italianos, mostrarem que eram inovadores, modernos, transformadores.
Esses homens - pintores, artistas e pensadores do chamado Renascimento - achavam que estavam rompendo com um período culturalmente atrasado do mundo ocidental, dominado pelo pensamento da Igreja católica. Assim, os renascentistas classificavam-se como "modernos" e acreditavam que estavam fazendo renascer o esplendor das culturas grega e romana da Antigüidade.
Entre a Idade Moderna e a Idade Antiga havia, portanto uma idade intermediária, que ficava no meio, sendo a média entre esses dois períodos.
Assim nasceu o conceito de Idade Média.
Essa classificação, na verdade, é uma simplificação preconceituosa, pois classifica uma cultura como inferior a outra e resume a história de diversos povos que viviam na Europa como uma só história.
De qualquer forma, o estudo desse período é extremamente importante, para podermos entender diversos aspectos da história do mundo ocidental.

Roma, Ocidente e Oriente

A Idade Média tem como marcos de seu começo e seu fim duas datas que se referem ao Império Romano.
Seu início é marcado pela tomada de Roma pelos germanos: a derrubada do Império Romano do Ocidente ocorreu no ano de 476. O fim da era medieval é dado pelo ataque de Constantinopla, capital do Império Romano do Oriente, tomada pelos turcos em 1453.

Alta e Baixa Idade Média

Para compreender melhor esse vasto período, costuma usar-se uma subdivisão temporal entre Alta e Baixa Idade Média.
A Alta Idade Média é o primeiro momento, quando ocorreu formação de diversas sociedades na Europa e se passou entre os séculos 5 e 10. Foi nesse período que se formaram os feudos, estabeleceram-se as relações de suserania e vassalagem, e o poder da Igreja Católica constituiu-se e fortaleceu-se.
Já o período da Baixa Idade Média, sua segunda e última fase, foi aproximadamente do século 10 ao século 15. A partir dessa época, novas idéias e novas práticas foram surgindo e houve um processo de decadência das instituições feudais, que se formaram ao longo dos cinco séculos anteriores.

Idéias equivocadas sobre a Idade Média

No entanto, mais do que pensar em auge e decadência, nascimento e morte de uma época, é importante entender que todos os aspectos que formaram o pensamento e as práticas medievais estão longe de representar um cenário único, um panorama unitário.
A idéia de Idade Média desde de muito tempo esteve associada a atraso, a uma época de "trevas" no conhecimento, de pouca liberdade e de restrita circulação de idéias. Embora essa concepção não esteja totalmente errada, de maneira nenhuma podemos imaginar que foi somente isso que ocorreu no continente europeu durante os 1.000 anos de duração do período medieval.
Por que não podemos dizer que a Idade Média foi uma época só de atraso para os povos europeus? Porque, embora impregnada pela mentalidade religiosa, a cultura floresceu, como comprova a arquitetura da época, com suas grandes catedrais. Da mesma maneira, no interior da Igreja, diversos pensadores se esforçaram para conciliar a religião cristã com a filosofia grega, em especial a de Aristóteles. Ao mesmo tempo, assentando-se sobre a organização social e jurídica do antigo Império Romano, a Igreja contribuiu para civilizar as tribos e reinos bárbaros.
Ao mesmo tempo, se é fato que durante a Alta Idade Média a economia esteve praticamente centrada na agricultura, isso ocorria porque os feudos produziam grande parte dos produtos que necessitavam consumir e a circulação de pessoas era restrita numa Europa povoada por fortificações isoladas uma da outra. No entanto, nem sempre esse cenário correspondeu à Europa inteira.

Além dos feudos

Assim, nem todas as relações sociais e de produção estavam concentradas nos feudos, com os senhores e servos. A partir do século 10, os povos que não se encaixavam nesse esquema, que viviam de outras atividades, como comércio e negócios, começaram a morar no entorno dos feudos, nas áreas de passagem e de feiras.
Enfim, não podemos mais continuar repetindo que a Idade Média (séculos 5 a 15) seja um período "de trevas", de falta de conhecimento e de opressão contra os povos. Repetir isso é complicado porque estaremos concordando com os artistas renascentistas, os "modernos", que tinham uma visão preconceituosa sobre o período medieval.
Na verdade, a própria Idade Moderna (a partir do século 15) foi conseqüência de muitas conquistas medievais, como o renascimento comercial da Europa (século 11), obtido principalmente devido a ação das Cruzadas (séculos 11 e 13).
Fonte: educacao.uol.com.br
Idade Média
A Idade Média foi o período intermédio numa divisão esquemática da História da Europa em quatro "eras", a saber: a Idade Antiga, a Idade Média, a Idade Moderna e a Idade Contemporânea.

Periodização

O período da Idade Média foi tradicionalmente delimitado com ênfase em eventos políticos. Nesses termos, teria-se iniciado com a desintegração do Império Romano do Ocidente, no século V (em 476 d. C.), e terminado com o fim do Império Romano do Oriente, com a Queda de Constantinopla, no século XV (em 1453 d.C.).
A Era Medieval pode também ser subdividida em períodos menores, num dos modos de classificação mais populares, é separada em dois períodos:
Alta Idade Média
Que decorre do século V ao X
Baixa Idade Média
Que se estende do século XI ao XV.
Uma outra classificação muito comum divide a era em três períodos:
Idade Média Antiga (ou Alta Idade Média ou Antiguidade Tardia)
Que decorre do século V ao X
Idade Média Plena (ou Idade Média Clássica)
Que se estende do século XI ao XIII
Idade Média Tardia (ou Baixa Idade Média)
Correspondente aos séculos XIV e XV.
Esse período inicial da história medieval é conhecido como "Primeira Idade Média", pois é uma fase de transição e de adaptações da Europa.
Períodos históricos "de transição" também podem ser denominados Idade Média, porém o período medieval é um evento estritamente europeu.
O adjetivo relacionado com este período é: medieval (ver, por exemplo, música medieval, arte medieval).

Filosofia

Idade Média
Principalmente a partir do século V, os pensadores cristãos perceberam a necessidade de aprofundar uma fé que estava amadurecendo, com o intuito de harmonizá-la com as exigências do pensamento filosófico. Desse modo a Filosofia, que até então possuía traços marcadamente clássicos e helenísticos, passou a receber influências da cultura judaica e cristã.
Alguns temas que antes não faziam parte do universo do pensamento grego, tais como: "Fé", "Salvação", "Providência e Revelação Divina" e "Criação a partir do nada" passaram a fazer parte de temáticas filosóficas.
A partir do século IX, desenvolveu-se a principal linha filosófica do período, que ficou conhecida como escolástica. Essa filosofia ganhou acentos notadamente cristãos, surgidos da necessidade de responder às exigências de fé, ensinada pela Igreja, considerada então como a guardiã dos valores espirituais e morais de toda a Cristandade e, por assim dizer, responsável pela unidade de toda a Europa, que comungava da mesma fé. A Escolástica teve uma constante de natureza neoplatônica, que combinava elementos do pensamento de Platão com valores de ordem espiritual, reinterpretados pelo Ocidente cristão. No século XIII, Tomás de Aquino incorporou elementos da filosofia de Aristóteles no pensamento escolástico.
A questão chave que vai atravessar todo o pensamento filosófico medieval é a harmonização de duas esferas; "a fé" e "a razão". O pensamento de Agostinho (século V) reconhecia a importância do conhecimento, mas defendia uma subordinação maior da razão em relação à fé, por crer que esta última venha restaurar a condição decaída da razão humana. Já a linha de Tomás de Aquino (século XIII) defende maior autonomia da razão na obtenção de respostas, apesar de não negar tal subordinação da razão à fé.

Arte medieval

A maior parte da arte medieval que chegou aos dias de hoje tem um foco religioso — fundamentado no Cristianismo. Essa arte era muitas vezes financiada pela Igreja; bem como por figuras poderosas do clero, como bispos; por grupos comunais, como os dos mosteiros; ou por patronos seculares ricos. Como no período a vasta maioria dos camponeses era iletrada, as artes visuais, aliadas aos sermões, eram o principal método para comunicar as idéias religiosas.
Com a invasão dos povos bárbaros em Roma, as pessoas foram para o campo, onde estariam mais seguras. Os grandes proprietários então, construíram castelos com grandes muralhas e segurança para se protegerem dos bárbaros.
Com a queda do Império romano, técnicas artísticas da Grécia antiga acabaram perdidas, entre elas estava muito do que se sabia sobre a noção de perspectiva.
A pintura medieval passa a ser predominantemente bidimensional, e as personagens retratadas eram pintadas maiores ou menores de acordo com sua importância. Esse caráter estilizado das obras do período é também entendido como um reflexo próprio daquele contexto cultural, que enxergava a vida com forte ênfase no seu aspecto simbólico. Os artistas medievais não estavam primariamente preocupados com o realismo, a intenção de passar uma mensagem religiosa pedia imagens claras e didáticas ao invés de figuras desenhadas com precisão fotográfica.
Ao lado da pintura, a tapeçaria foi a mais importante forma de arte medieval. Isso decorre em muito por sua utilidade ao manter o calor interno dos castelos, construídos de pedra, no inverno. A mais famosa tapeçaria medieval é o ciclo d' A senhora e o unicórnio. As duas principais manifestações arquitetônicas, principalmente relacionadas à construção de catedrais, foram o estilo românico e mais tarde o gótico. Destaca-se também a formação das corporações de ofícios, reunindo artesãos.

Ciência e Tecnologia

Como resultado das migrações bárbaras e da implosão do Império Romano do Ocidente, a Europa Ocidental do início da Idade Média era pouco mais que uma manta de retalhos de populações rurais e tribos bárbaras. Perdeu-se o acesso aos tratados científicos originais da antiguidade clássica (em grego), ficaram apenas versões resumidas, e até deturpadas, que os romanos tinham traduzido para o latim. A única instituição que não se desintegrou juntamente com o falecido império, a Igreja Católica, manteve o que restou de força intelectual, especialmente através da vida monástica. O homem instruído desses séculos era quase sempre um clérigo para quem o estudo dos conhecimentos naturais era uma pequena parte de sua escolaridade. Esses estudiosos viviam numa atmosfera que dava prioridade à fé e tinham a mente mais voltada para a salvação das almas do que para o questionamento de detalhes do universo físico.
Em alguns aspectos, no século IX, o retrocesso causado pelas migrações já estava revertido. No século X ocorre a contenção das últimas ondas de invasões estrangeiras. E por volta de 1100 d. C. ocorre uma revolução que combinou renascimento urbano e comercial, ampliação de culturas e fronteiras agrícolas, crescimento econômico, desenvolvimento intelectual e grandes evoluções tecnológicas. Começam a ser abertas novas escolas ao longo de todo o continente, inclusive em cidades e vilas menores. Por volta de 1200 são fundadas as primeiras universidades – Paris, Coimbra, Bolonha e Oxford – (em 1500 já seriam mais de 70). Começa um forte movimento de tradução de documentos em língua árabe e grega, que tornam o conhecimento do mundo antigo novamente disponível para os eruditos europeus. Tudo isso possibilitou um grande progresso em conhecimentos como a Astronomia, a Matemática, a Biologia e a Medicina.
Causavam espanto e admiração inovações tais como grandes relógios mecânicos que transformaram a noção de tempo nas cidades. Presenciaram-se descobertas como as dos óculos, em 1285, e da prensa móvel, em 1448. Houve também muitas inovações na forma de utilizar os meios de produção, com as técnicas de serralheria e incisão de pedras, a fundição de ferro, e os avanços nas técnicas de construção aplicadas ao estilo gótico. No setor agrícola, temos o desenvolvimento de ferramentas como a charrua, melhorias em carroças e carruagens, arreios para animais de carga, e a utilização de moinhos d'água. Avanços em instrumentos como a bússola e o astrolábio, na confecção de mapas e a invenção das caravelas tornaram possível a expansão marítimo-comercial Européia na Idade Moderna.

O legado medieval para o progresso científico

A tecnologia das grandes navegações permitiria, em séculos futuros, a descoberta de um número extraordinário de novas espécies de animais e plantas, além de novas formações geológicas e climáticas. Os avanços obtidos na óptica logo iriam gerar aparelhos como o microscópio e o telescópio, que, juntamente com a prensa móvel, (outro fruto medieval), são vistos como os equipamentos mais importantes já criados para o avanço do conhecimento humano. Mas a herança mais importante do período provavelmente foi o nascimento e multiplicação das universidades, juntamente com o surgimento das primeiras sementes da metodologia científica contemporânea.
Antes de 1500, a visão do mundo dominante na Europa, assim como na maioria das outras civilizações, era orgânica. As pessoas viviam em comunidade pequenas e coesas, e vivenciavam a natureza em termos de relações orgânica, caracterizadas pela interdependência dos fenômenos espirituais e materiais e pela subordinação das necessidades individuais às da comunidade.[...] A natureza da ciência medieval [...] baseava-se na razão e na fé, e sua principal finalidade era compreender o significado das coisas e não exercer a predição ou o controle da história.

Guerra e Armamento

A Idade Média foi, em termos bélicos, como um período de grandes desenvolvimentos tecnológicos, essencialmente provindos de dois grandes laboratórios, o Médio Oriente e a Península Ibérica. As duas zonas, que desde muito cedo se tornaram palcos de violentas batalhas entre mouros e cristãos, fizeram com que a prática, a filosofia, a tecnologia e a própria génese da guerra evoluíssem. Temos que ter consciência que os termos cruzada e jihad surgem nesta época, e embora ambas tenham um significado extremamente semelhante, são dois paradigmas de uma realidade muito peculiar.
Quando da invasão da Península Ibérica por parte das hostes mouras, o povo dominante eram os Visigodos, cujos exércitos se apoiavam essencialmente numa infantaria pesada, muito lenta. Os exércitos mouros, todavia, utilizavam uma cavalaria extremamente veloz, com armamento defensivo muito ligeiro, que lhes permitia uma rápida evolução no terreno e que deu a estes exércitos a vantagem, pelo menos numa fase inicial, e permitiu a conquista da maior parte da península a um ritmo apenas observado nos conflitos contemporâneos.

Gastronomia

O Catolicismo começou a mudar os hábitos. Os conventos incentivavam o uso de frutas e legumes em refeições muito simples. Nos séculos VII e IX, a comida se sofisticou, passando a incluir massas, ovos recheados, carne e peixe.
As Cruzadas, entre os séculos XI e XIII, permitiram aos europeus entrar em contato com produtos do Oriente, logo incorporados na culinária: trigo-sarraceno, açúcar, anis, cominho, canela, gengibre, noz-moscada, açafrão, cebolinha e ameixa. Esses novos ingredientes possibilitaram o desenvolvimento da salsicharia e das técnicas de preparação de vinagre, mostarda e molhos especiais.

Crises

Fim do Império Romano
Por volta do século III, o Império Romano passava por uma grande crise econômica e política. A corrupção dentro do governo e os gastos com luxo retiraram recursos para o investimento no exército romano. Com o fim das conquistas territoriais, diminuiu o número de escravos, provocando uma queda na produção agrícola. Na mesma proporção, caía o pagamento de tributos originados das províncias.
Em crise e com o exército enfraquecido, as fronteiras ficavam a cada dia mais desprotegidas. Muitos soldados, sem receber soldo, deixavam as obrigações militares.
Os povos germânicos, tratados como bárbaros pelos romanos, estavam forçando a penetração pelas fronteiras do norte do império.
Após o ano 395, com a morte do imperador Teodósio I o império foi definitivamente dividido em: Império Romano do Ocidente, com capital em Roma e Império Romano do Oriente (Império Bizantino), com capital em Constantinopla.
Em 476, o Império Romano do Ocidente caiu após a invasão por diversos povos bárbaros. Foi o fim da Antiguidade e início de uma nova época chamada de Idade Média.
Peste negra
Em meados do século XIV, uma doença devastou a população européia. Historiadores calculam que aproximadamente um terço dos habitantes morreram entre essa doença, guerras e fome. A Peste Negra era transmitida através da picada de pulgas de ratos doentes. Estes ratos chegavam à Europa nos porões dos navios vindos do Oriente. Como as cidades medievais não tinham condições higiênicas adequadas, os ratos se espalharam facilmente. Após o contato com a doença, a pessoa tinha poucos dias de vida. Febre, mal-estar e bulbos (bolhas) de sangue e pus espalhavam-se pelo corpo do doente, principalmente nas axilas e virilhas.
Como os conhecimentos médicos eram pouco desenvolvidos, a morte era certa. Para complicar ainda mais a situação, muitos atribuíam a doença a fatores comportamentais, ambientais ou religiosos. Muitos fugiam para o meio rural com medo de serem infectados.

Alta Idade Média

A forma de divisão da Idade Média em períodos para fins didácticos não é consensual. No entanto, a mais comum é a utilizada pelos medievalistas franceses, entre os quais Jacques Le Goff e Georges Duby. Para estes especialistas, a Alta Idade Média corresponde a um período que vai da queda do Império Romano do Ocidente, em 476, até o ano 1000 – após ao qual inicia a Idade Média Clássica. A Baixa Idade Média corresponde ao século e meio que antecede ao Renascimento, ou seja, 1300 a 1450

Queda do Império Romano e instalação dos povos germânicos

O período inicia com o desmantelamento progressivo da autoridade romana sobre as diversas províncias que compunham o Império Romano do Ocidente. A vitória dos visigodos sobre o exército romano numa das suas fronteiras a Leste, em 378, marca o início de um período de invasões que se saldaria no fim político do Império. Incapazes de os deter, os romanos atribuem a eles o estatuto de federados, ou seja, aliados; como a paz dura pouco, os visigodos serão instalados na Aquitânia (Sudoeste da atual França) e constituirão, na prática, o primeiro reino germânico.
O século V é marcado pela primeira leva de invasões: suevos, alanos e vândalos ultrapassam as fronteiras do Reno em 409, chegando à península Ibérica 30 anos depois.
Até final do século, o antigo Império estará totalmente fragmentado em reinos de diversos povos germânicos: visigodos no Sul e Centro da França, suevos no Noroeste da península Ibérica, vândalos no Norte da África, ostrogodos no Norte da península Itálica, burgúndios no centro da Europa. Ao mesmo tempo, anglos, jutos e saxões ocupam as Ilhas Britânicas e os francos iniciam a sua expansão rumo ao atual território belga. Os francos, assim como alamanos, já fazem parte uma segunda leva, muito mais bem-sucedida que a primeira por nunca perderam o contato com os seus territórios de base.
Este período é caracterizado pela ruralização, culminando na formação do feudalismo.
A economia era de subsistência e sustentava-se no trabalho servil. Presos à terra, entre várias obrigações, os servos estavam submetidos a prestações em produtos (talha e banalidade) e em trabalho (corvéia).
A sociedade era estamental, sem mobilidade vertical e estava hierarquizada em ordens: o clero (reza), os nobres (guerra), servos (trabalho).
Influenciados pelo cristianismo acreditavam que o reino da Terra fora concebido por Deus. Assim, a Igreja, detentora da salvação, impôs uma ordem política fundada no imperador, com poderes temporais, e no papa, com poderes espirituais.
A cultura mesclava a religiosidade cristã com o espírito guerreiro feudal, numa época marcada por invasões, constituindo-se na identidade da Europa Ocidental. Em suas manifestações, a cultura idealizou as relações guerreiras da nobreza como a cavalaria, a suserania e a vassalagem. Expressou, ainda, o teocentrismo na filosofia de Santo Agostinho, a religiosidade na arquitetura do estilo românico e o idealismo guerreiro nas novelas de cavalaria.

Características

De forma geral, a Alta Idade Média é caracterizada, em termos de conjuntura política, por movimentos de fragmentação e unidade. Os reinos germânicos desmantelam a unidade imperial, mas ao mesmo tempo são frágeis e de existência efémera. Na península Ibérica, a fragilidade do reino visigótico é testemunhada pela facilidade com o que os muçulmanos tomam conta da quase totalidade da península, em 711. Nas ilhas Britânicas o contexto geral é de lutas entre anglos, saxões, bretões, pictos, escotos e, posteriormente, normandos. Um esboço de unificação só chegará no final do século IX.
O único povo a constituir de fato um poder duradouro e efetivo será o franco: estarão na origem do fim do reino visigótico na Aquitãnia (507), e no segundo dos reinos burgúndios (534). Os suevos são destruídos pelos visigodos; vândalos e ostrogodos padecem sob Belisário, general protagonista da reconquista Justiniana - bizantina, o Império Romano do Oriente - do século VI.
Nos séculos VI e VII só a dinastia merovíngia estará no controle de um reino poderoso – dilacerado, no entanto, por lutas intestinas em virtude da tradição de partilhas sucessórias dos povos germânicos. Estas determinam que a herança de um reino é dividida entre todos os filhos, ao invés do mais velho. Isto gerava conflitos e a violência era intermitente.
O século VIII conhecerá, porém, a primeira grande tentativa de reunificação continental sob os carolíngios – particularmente sob Carlos Magno, coroado imperador em 800. O Império Carolíngio englobará nas suas fronteiras quase toda a Europa Ocidental – com excepção da península Ibérica, quase toda sob domínio muçulmano, e das ilhas Britânicas, fragmentada. Fora dos domínios carolíngios fica ainda a Escandinávia.
No século IX esta enorme estrutura, de resto extremamente difícil de administrar, começa pouco a pouco a desmoronar. As partilhas sucessórias são um dos fatores da sua fragilidade; a corrosão interna é, no entanto, o principal fator de desagregação.
Esta corrosão está na origem dos principados territoriais do século IX: os príncipes deixam de obedecer aos reis, dando origens a territórios menores que administram ao seu bel-prazer.
Mas a erosão da autoridade central não fica por aí: a primeira metade do século X conhece o auge da castelania, pequenas células em torno de um senhor onde este tem a chefia militar completa e o poder judicial e económico sobre toda a sua área. O feudalismo está instalado e o fortalecimento do poder central só será visível na Idade Média Clássica (ou Plena) – a partir do século XI.
Estruturalmente, a Alta Idade Média é, a grosso modo, caracterizada pela ruralização da sociedade (em oposição a “urbanidade” clássica), por uma economia quase auto-sustentada e de fraco movimento de trocas comerciais, pelo quase desaparecimento da cultura laica e pelo domínio cultural do clero e, por fim, pela enorme expansão da igreja cristã.
Foi também a era de ouro para o povo muçulmano durante a expansão árabe.
O surgimento do Império Bizantino(metade oriental sobrevivente do império romano).

Fim da Alta Idade Média

Se o ponto de partida para Alta Idade Média é uma data cujos acontecimentos são bastante “palpáveis”, ou seja, a queda do Império Romano do Ocidente, o fim do período se dá, para além de razões puramente didácticas, mais por razões estruturais do que conjunturais. Estas relacionam-se a modificações no poder – o lento aparecimento de um poder central forte – a revitalização do comércio e das cidades, ao qual está ligado um fato social que é o aparecimento da burguesia, a urbanização do poder clerical, especialmente com as ordens mendicantes, a aparição de uma cultura laica longe dos mosteiros, ligada ao surgimento das universidades.
Outros pontos de vista
De acordo com o livro "A Idade Média, o nascimento do Ocidente" do Professor de História Medieval Hilário Franco Júnior, com vários livros publicados, seriam quatro fases e se dividiriam assim: Primeira, Alta, Central e Baixa.
Primeira Idade Média - início do IV (a maioria dos escritores considera o final do século V; Henri Pirenne considerava o século VII) ao século VIII
Alta Idade Média - meados do século VIII a fins do século X
Idade Média Central - séculos XI a XIII
Baixa Idade Média - século XIV a meados do século XVI (a maioria dos escritores afirma meados do século XV)
Na língua inglesa, a "High Middle Ages" seria a de 1000 a 1300, o que Hilário chama de Central. Em italiano, o "Alto Medioevo" parece estar de acordo com o tempo de Hilário. Em francês, "Haut Moyen Age" vai do século V ao X. Em alemão, "Hochmittelalter" vai do século XI a meados do XIII, como em inglês.

Baixa Idade Média

A Baixa Idade Média é o período da Idade Média que se estende do século XI ao século XV.
Esse período é caracterizado pelo momento histórico de crise do modo de produção feudal e das relações econômicas, sociais e culturais a ele relacionadas, isto é, a derrocada do mundo medieval.
A partir do século XI, a Europa passa por um período de relativa paz, explicada pela diminuição ou até mesmo pelo fim das invasões bárbaras. Nesse contexto de estabilidade a Europa assiste um verdadeiro surto demográfico, mediante ao crescimento populacional.
Nesse panorama, podemos destacar dois importantes acontecimentos: marginalização dos servos "excedentes" e de nobres sem terra (vítimas do direito de primogenitura); e diante da relativa paz do momento os feudos perdem, em parte, a razão de sua existência, pois eles (os feudos) foram criados a fim de garantir segurança diante das invasões bárbaras no período de desmembramento do Império Romano.
Em 1095, o papa Urbano II clama a cristandade para uma "guerra santa", regiões sagradas para os cristãos como o Santo Sepulcro (em Jerusalém) estavam sob o domínio dos "infiéis" muçulmanos. Esse fato aliado a outros interesses, como a cobiça do Europeu de dominar cidades estratégicas do oriente e produtos orientais (especiarias), desencadearam um sangrento conflito entre o ocidente e o oriente que durou 174 anos, as chamadas Cruzadas.
As Cruzadas promoveram profundas mudanças, dentre elas destacamos o impulsionamento do Renascimento comercial-urbano. Sendo este acompanhado do fortalecimento de outras cidades, nascimento da burguesia, fortalecimento do poder real, mescla dos valores culturais ocidentais e orientais, mudança na mentalidade (Renascimento Cultural e Reforma Protestante) e tantas outras.
Está montado o quadro de crise do feudalismo, o processo está em curso, é o que chamamos de transição. Surge o nascente capitalismo, é "novo" tempo, mais uma página da História.
Bibliografia
Le Goff, Jacques. A Civilização do Ocidente Medieval, Lisboa, Estampa, 1995, 2ªa ed.
Ballard, Genet, Jean-Philippe, Rouche, Michel. A Idade Média no Ocidente, Lisboa, Dom Quixote, 1994.


Fonte: http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/arte-na-antiguidade/idade-media-7.php#ixzz1wUdxgWn9

quarta-feira, 23 de maio de 2012

Fatores das Cruzadas

A partir do século XI começa a surgir a crise do sistema feudal, que foi sentida principalmente na Europa. Ocorreu um grande crescimento demográfico devido a cessação das invasões vikings, árabes, eslavas e magiares, e essa nova demanda populacional afetou negativamente o feudo, que até o momento possuía uma economia de subsistência. A produção tornou-se insuficiente, pois o consumo era cada vez maior, e com isso muitos habitantes do feudo abandonaram a sua terra.

Os nobres sem terras agora eram cavaleiros errantes que prestavam seus serviços aos reis, aos grandes senhores e para as cidades. Os servos ou vilões passaram a trabalhar como artesãos ou vendedores ambulantes, e outros se tornaram mendigos, andarilhos e salteadores de estradas.

Durante este período, o Império (Sacro Império Romano-Germânico) e o Papado entravam numa disputa, pois as duas entidades queriam determinar a seu poder sobre o mundo cristão. O primeiro como poder temporal e o segundo como poder espiritual. Assim, os papas tentaram fortalecer sua supremacia encarregando-se do patrocínio das Cruzadas, que também contou com a participação dos imperadores, porém a presença da Igreja no patrocínio das expedições foi predominante.

As Cruzadas estavam relacionadas com fatores sociais, econômicos e políticos, porém os fatores religiosos não podem ser desconsiderados, pois nesta época a religiosidade predominava com bastante intensidade e contribuiu para a execução das Cruzadas.

AS CRUZADAS - RESUMO

A primeira Cruzada conseguiu tomar cidade de Jerusalém em 1099.

A segunda Cruzada, comandada por Conrado III da Alemanha e Luís VII da França, tentou, sem êxito, recuperar a cidade de Edessa, que havia caído nas mãos dos muçulmanos.

A terceira Cruzada tinha por finalidade recuperar a cidade de Jerusalém, que havia caído nas mãos de Saladino em 1187; dela faziam parte grandes reis da Europa.

A quarta Cruzada teve um significado especial, pois se realizou inteiramente por mar, e, ao invés de dirigir-se para Jerusalém, saqueou as cidades de Zara e Constantinopla, que passou a ser sede do Império Latino.

A quinta Cruzada reuniu jovens que embarcaram em Marselha (cruzada das crianças) para em seguida partirem os cruzados que foram prejudicados pelas inundações do Nilo.

A sexta Cruzada muito mais por diplomacia do que por méritos militares, conseguiu o título de Rei do Santo Sepulcro para o imperador da Alemanha.

A sétima Cruzada convocada pelo papa Gregório IX, foi surpreendida por uma cheia do Nilo que a deixou totalmente ilhada.

A oitava Cruzada foi organizada para conter a pressão dos mamelucos; partiu de Águas Mortas, desembarcou na Tunísia e foi suspensa.



Cavaleiros Medievais: proteção e segurança na Idade Média

Introdução

           Os cavaleiros medievais eram guerreiros que faziam parte da nobreza. Na Idade Média (séculos v ao XV), a guerra era muito comum e os senhores feudais e reis necessitavam de cavaleiros para fazer a proteção do feudo ou conquistar novas terras e riquezas. Quanto mais cavaleiros possuía um nobre, maior seria o seu poder militar.

Formação do cavaleiro.

           Para se tornar cavaleiro era necessário fazer parte da nobreza, pois os equipamentos de guerra (espada, escudo, elmo, armadura) e o cavalo custavam caro. Os camponeses não tinham recursos para se tornarem cavaleiros, nem mesmo tempo para o treinamento.

           Desde criança, o menino era destinado, pelo pai, para ser um cavaleiro e começava o treinamento. Devia saber usar as armas, aprender técnicas de combate, preparar o físico, montar o cavalo e valorizar as atitudes de um cavaleiro. Valentia, fidelidade e lealdade eram características exigidas num cavaleiro medieval.

           Ao se tornar adulto, o aprendiz tornava-se cavaleiro através de uma cerimônia. Passava a noite numa igreja, orando. No dia seguinte devia fazer juramento de lealdade ao seu suserano. Geralmente ganhavam um terreno (feudo) para construir sua habitação.

Torneios.

           Os cavaleiros medievais costumam participar de torneios. Estes eventos festivos contavam com lutas e disputas entre os cavaleiros de uma região. Era uma das diversões no período do feudalismo.

Participação nas Cruzadas.

           Os cavaleiros medievais participaram das cruzadas, batalhas em que os cristãos tentaram retomar a Terra Santa (Jerusalém) das mãos dos muçulmanos.

O cavaleiro medieval

Por Rainer Sousa

Responsáveis pela formação das forças militares de seu tempo, os cavaleiros medievais apareceram entre os integrantes da nobreza medieval. A princípio, além da origem nobiliárquica, um cavaleiro deveria ter treinamento e armas para ascender a tal condição. Em muitos casos, recebiam terras e direitos de cobrança para defenderem a propriedade de um senhor feudal. Ao longo do tempo, o alcance dessa prestigiada condição foi se cercando de maiores exigências.
Por volta dos sete anos de idade, o jovem nobre iniciava a sua formação de cavaleiro exercendo as funções de um pajem. Já nessa primeira fase, ele aprendia sobre equitação e o manejo das armas utilizadas por um cavaleiro. Aos doze anos de idade o aprendiz era transformado em escudeiro. Nessa época, ele acompanhava o seu senhor nos campos de batalha e aprofundava os seus conhecimentos sobre o manejo da espada. Além disso, aprimorava a sua condição física em lutas, corridas e desafios de esgrima.
Entre os 18 e 20 anos, o escudeiro realizava a sua passagem da juventude para a idade adulta ao se transformar em cavaleiro. O ritual de sagração do cavaleiro era uma solenidade de grande importância, já que em algumas ocasiões chegava a contar com a ilustre presença do rei. Na noite anterior ao evento, o aspirante ficava em jejum e realizava a vigília das armas. Chegado o grande dia, o futuro combatente era desafiado em simulações de combate que comprovavam a sua eficiência.
No juramento, o senhor do cavaleiro reforçava a condição de submissão e lealdade do cavaleiro dando-lhe um tapa na cara, no ombro ou na nuca. Depois disso, era feito um proferimento em que o senhor reforçava a coragem e a lealdade pela invocação divina. Logo em seguida, o jovem subia em seu cavalo e saia cavalgando. Era assim que um membro da classe nobiliárquica se tornava mais um integrante das forças que protegiam as terras de seu tempo contra as invasões.
Nas situações de guerra, os cavaleiros eram organizados em diferentes postos de batalha. Tão importante quanto a sua posição e habilidades, um cavaleiro não poderia sobreviver muito tempo em guerra sem que estivesse acompanhado de seu cavalo. Se a sua montaria fosse perdida, a morte era quase certa. Ao fim do período medieval, a formação dos exércitos nacionais e a introdução das armas de fogo foram enfraquecendo a imagem do cavaleiro, que passou a figurar as lendas de uma época.
Idade Média
História Medieval, economia, sociedade, influência da Igreja, feudalismo, castelos, guerras,
peste negra, cruzadas, revoltas camponesas, cavaleiros, servos, sistema feudal, arte medieval, resumo


Castelo Medieval: símbolo do poder da nobreza

IntroduçãoA Idade Média teve início na Europa com as invasões germânicas (bárbaras), no século V, sobre o Império Romano do Ocidente. Essa época estende-se até o século XV, com a retomada comercial e o renascimento urbano. A Idade Média caracteriza-se pela economia ruralizada, enfraquecimento comercial, supremacia da Igreja Católica, sistema de produção feudal e sociedade hierarquizada.

Estrutura Política Prevaleceu na Idade Média as relações de vassalagem e suserania. O suserano era quem dava um lote de terra ao vassalo, sendo que este último deveria prestar fidelidade e ajuda ao seu suserano. O vassalo oferecia ao senhor, ou suserano, fidelidade e trabalho, em troca de proteção e um lugar no sistema de produção. As redes de vassalagem se estendiam por várias regiões, sendo o rei o suserano mais poderoso.
Todo os poderes jurídico, econômico e político concentravam-se nas mãos dos senhores feudais, donos de lotes de terras (feudos).


Sociedade MedievalA sociedade era estática (com pouca mobilidade social) e hierarquizada. A nobreza feudal (senhores feudais, cavaleiros, condes, duques, viscondes) era detentora de terras e arrecadava impostos dos camponeses. O clero (membros da Igreja Católica) tinha um grande poder, pois era responsável pela proteção espiritual da sociedade. Era isento de impostos e arrecadava o dízimo. A terceira camada da sociedade era formada pelos servos (camponeses) e pequenos artesãos. Os servos deviam pagar várias taxas e tributos aos senhores feudais, tais como: corvéia (trabalho de 3 a 4 dias nas terras do senhor feudal), talha (metade da produção), banalidades (taxas pagas pela utilização do moinho e forno do senhor feudal).


 
Economia MedievalA economia feudal baseava-se principalmente na agricultura. Existiam moedas na Idade Média, porém eram pouco utilizadas. As trocas de produtos e mercadorias eram comuns na economia feudal. O feudo era a base econômica deste período, pois quem tinha a terra possuía mais poder. O artesanato também era praticado na Idade Média. A produção era baixa, pois as técnicas de trabalho agrícola eram extremamente rudimentares. O arado puxado por bois era muito utilizado na agricultura.


Religião na Idade Média
Na Idade Média, a Igreja Católica dominava o cenário religioso. Detentora do poder espiritual, a Igreja influenciava o modo de pensar, a psicologia e as formas de comportamento na Idade Média. A igreja também tinha grande poder econômico, pois possuía terras em grande quantidade e até mesmo servos trabalhando. Os monges viviam em mosteiros e eram responsáveis pela proteção espiritual da sociedade. Passavam grande parte do tempo rezando e copiando livros e a Bíblia.


Educação, cultura e arte medieval
A educação era para poucos, pois só os filhos dos nobres estudavam. Esta era marcada pela influência da Igreja, ensinando o latim, doutrinas religiosas e táticas de guerras. Grande parte da população medieval era analfabeta e não tinha acesso aos livros.

A arte medieval também era fortemente marcada pela religiosidade da época. As pinturas retratavam passagens da Bíblia e ensinamentos religiosos. As pinturas medievais e os vitrais das igrejas eram formas de ensinar à população um pouco mais sobre a religião.

Podemos dizer que, no geral, a cultura medieval foi fortemente influenciada pela religião. Na arquitetura destacou-se a construção de castelos, igrejas e catedrais.

No campo da Filosofia, podemos destacar a escolástica (linha filosófica de base cristã), representada pelo padre dominicano, teólogo e filósofo italiano São Tomás de Aquino.

As CruzadasNo século XI, dentro do contexto histórico da expansão árabe, os muçulmanos conquistaram a cidade sagrada de Jerusalém. Diante dessa situação, o papa Urbano II convocou a Primeira Cruzada (1096), com o objetivo de expulsar os "infiéis" (árabes) da Terra Santa. Essas batalhas, entre católicos e muçulmanos, duraram cerca de dois séculos, deixando milhares de mortos e um grande rastro de destruição. Ao mesmo tempo em que eram guerras marcadas por diferenças religiosas, também possuíam um forte caráter econômico. Muitos cavaleiros cruzados, ao retornarem para a Europa, saqueavam cidades árabes e vendiam produtos nas estradas, nas chamadas feiras e rotas de comércio. De certa forma, as Cruzadas contribuíram para o renascimento urbano e comercial a partir do século XIII. Após as Cruzadas, o Mar Mediterrâneo foi aberto para os contatos comerciais.


 
As Guerras Medievais
A guerra na Idade Média era uma das principais formas de obter poder. Os senhores feudais envolviam-se em guerras para aumentar suas terras e o poder. Os cavaleiros formavam a base dos exércitos medievais. Corajosos, leais e equipados com escudos, elmos e espadas, representavam o que havia de mais nobre no período medieval.

Peste Negra ou Peste BubônicaEm meados do século XIV, uma doença devastou a população européia. Historiadores calculam que aproximadamente um terço dos habitantes morreram desta doença. A Peste Negra era transmitida através da picada de pulgas de ratos doentes. Estes ratos chegavam à Europa nos porões dos navios vindos do Oriente. Como as cidades medievais não tinham condições higiênicas adequadas, os ratos se espalharam facilmente. Após o contato com a doença, a pessoa tinha poucos dias de vida. Febre, mal-estar e bulbos (bolhas) de sangue e pus espalhavam-se pelo corpo do doente, principalmente nas axilas e virilhas. Como os conhecimentos médicos eram pouco desenvolvidos, a morte era certa. Para complicar ainda mais a situação, muitos atribuíam a doença a fatores comportamentais, ambientais ou religiosos.

Revoltas Camponesas: as JacqueriesApós a Peste Negra, a população européia diminuiu muito. Muitos senhores feudais resolveram aumentar os impostos, taxas e obrigações de trabalho dos servos sobreviventes. Muitos tiveram que trabalhar dobrado para compensar o trabalho daqueles que tinham morrido na epidemia. Em muitas regiões da Inglaterra e da França estouraram revoltas camponesas contra o aumento da exploração dos senhores feudais. Combatidas com violência por partes dos nobres, muitas foram sufocadas e outras conseguiram conquistar seus objetivos, diminuindo a exploração e trazendo conquistas para os camponeses.

domingo, 6 de maio de 2012

Questões de Vestibular: História - Medieval - Invasões e Reinos bárbaros

Questão 1: (UFPR) As invasões germânicas têm início no século IV d.C. e promovem importantes transformações no panorama mediterrâneo, as quais atingem as estruturas do mundo clássico. Identifique, dentre as transformações abaixo, a que corresponde à raiz da feudalização da Europa Ocidental:
A - Substituição do cristianismo pelos cultos celtas e godos nos reinos germânicos.
B - Ruralização e fragmentação do poder político.
C - Desaparecimento do latim como língua escrita e falada, substituída pelos dialetos germânicos.
D - Imposição da maneira de viver dos povos germânicos e consequente destruição da cultura do povo dominado.
E - Substituição do Direito Romano pelos costumes dos povos invasores.

Questão 2: (UFPE) A Idade Média é o longo período da História Ocidental que se estende do século V ao século XV. A respeito dessa questão, podemos afirmar que:
A - os humanistas dos séculos XV e XVI chamavam a Idade Média de Idade das Trevas e consideravam que, nesse período, havia ocorrido um retrocesso artístico, filosófico e intelectual;
B - durante a Idade Média, valores de sociedades antigas, como a greco-romana, se misturaram aos de povos invasores, como germanos e árabes e de povos autóctones, como celtas e bretões;
C - culturas estrangeiras invadem a Europa Ocidental em crise sob o Império Romano do Ocidente, desorganizando atividades produtivas e provocando a queda do Império Romano do Ocidente, dando início ao período da Baixa Idade Média;
D - entre os povos bárbaros invasores da Europa Ocidental, uma minoria era constituída por povos germânicos, e uma maioria por povos de origem árabe, que passou a ocupar parte da Europa por 700 anos;
E - a decomposição do sistema escravista romano deu origem a colonos, clientes e precárias bases para a formação da sociedade medieval e para o sistema feudal, baseado na economia do preço justo e do não excedente.
Questão 3: (UEPG/PR) A invasão dos bárbaros na Europa provocou:
A -pleno desenvolvimento comercial;
B -maior ruralização;
C -maior urbanização;
D -o incremento industrial;
E -nda.

Gabarito será postado, assim que comentarem.